domingo, 8 de novembro de 2009

Projetos de Aprendizagem

Quando falamos em projetos escolares, a primeira visão que temos são aqueles cuja estrutura está relacionada a conteúdos pré-determinados, muitas vezes sem flexibilidade, esquecendo até mesmo dos objetivos a ele relacionados.
Estes projetos são elaborados por professores, muitas vezes não respeitando as curiosidades e interesses dos alunos, o que normalmente o torna uma proposta sem desafios e que busca respostas exatas, sem pesquisa.
Um projeto de aprendizagem é uma oportunidade de contrapor este modelo “tradicional”, partindo da curiosidade dos alunos, dando oportunidades de buscas significativas.
Segundo Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena, num projeto de aprendizagem, é preciso considerar os conhecimentos prévios dos alunos, mas “é fundamental conhecermos seus pontos de partida, suas concepções ingênuas, para podermos, gradativamente, colocá-las em xeque”.
Em sua organização encontram-se as certezas provisórias que são os conhecimentos prévios, as experiências, aquilo que pensamos saber, mas que pode se tornar uma dúvida, que por sua vez instiga, provoca e desafia na busca de aprendizagens significativas.
A importância deste projeto é a flexibilidade que possui, estruturado numa perspectiva de pesquisa, mas que pode ser modificado sempre que necessário, por meio de avaliações constantes do desenvolvimento e das descobertas.
O mapa conceitual é uma importante ferramenta de um projeto de aprendizagem, é um esboço do que já foi descoberto e do que ainda é preciso descobrir, pois o que colocamos nesta ferramenta de trabalho são as certezas, as dúvidas, os conceitos, e todas as descobertas adquiridas até o momento. Ele abre caminhos, mas também traz consigo aprendizagens já adquiridas.
Educação de Jovens e Adultos


O ser humano se constitui como sujeito nas relações que estabelece na família, na escola e com os amigos, e se torna ativo e participante quando tem oportunidades para isso. Por isso a EJA é uma importante modalidade de ensino que deve oportunizar para seus alunos e professores este espaço de relação entre leitura de mundo e leitura de palavra.
A leitura da palavra se isolada da realidade pode se tornar motivo de evasão, uma vez que não encontram sentido para aquilo que tem acesso na escola.
Conhecendo a realidade a partir de um olhar crítico, a leitura da palavra servirá como base e incentivo para a reflexão e se preciso a transformação da sociedade da qual fazem parte.
A EJA é uma modalidade de ensino que possui uma singularidade que acolhe jovens e adultos que querem se alfabetizar ou cursar alguma série da educação básica, uma vez que quando crianças não tiveram esta oportunidade. Esta singularidade está em sua forma flexível de educar, adaptando seus estudantes, a maioria trabalhadores, numa proposta que acolha a diversidade e que procure dar significado real aos conceitos de sala de aula.
O professor da EJA também é desafiado a experimentar novas experiências, e colocar na prática de sala de aula a sua própria vivência em confronto com jovens e adultos, muitas vezes da mesma faixa etária sua, num processo de troca e crescimento.
A prática da EJA precisa ter real convicção de que os jovens e adultos que buscam esta modalidade de ensino carregam consigo dificuldades de ordem socioeconômica que podem refletir na sua aprendizagem, devendo então mostrar uma relação precisa entre linguagem escolar e realidade dos alunos que dela fazem parte.