quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aprendizagem

Falar de aprendizagem é relembrar, é trazer na lembrança fatos passados que são bases para muitas ações de minha vida. Trazer presente aprendizagens significativas que já tive, me faz lembrar do tempo em que estudava, de como aprendi a ler e escrever, a me comunicar com as pessoas, e ainda como me tornei professora.
Somos sujeitos de aprendizagem, e é no ato da experimentação que adquirimos conhecimentos importantes para o nosso viver. Desde que nascemos somos ensinados, entretanto nem todas as informações se tornam aprendizagens.
No meu dia-a-dia já ouvi muito, já presenciei muitos fatos, tentei dar e seguir muitos exemplos, e percebo que na experimentação estão os fatos que mais me lembro como aprendizagem.
“Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade”. (Inhelder, Bovet e Sinclair, 1977, p.263).
Assim, logo percebo que a cada novo conhecimento surge também a oportunidade de buscar mais, de renovar e reconstruir aquilo que já sabemos.
Quanto mais se aprende mais oportunidade de buscas, logo os conceitos ditos prontos vão dando espaço para a novidade, para certezas que podem ser questionadas, aperfeiçoadas e até transformadas.
Acredito que a aprendizagem é assim, um processo de construção e reconstrução do conhecimento, por isso dizemos tanto que estamos sempre aprendendo.
Na escola também é assim que acontece, ao mesmo tempo em que ensinamos estamos aprendendo, e nossos alunos participam deste mesmo processo.
Tendo a experiência de estar junto a uma turma de pré-escolar, posso perceber nosso crescimento, tanto meu como de meus alunos.
Tenho oportunizado espaços de descobertas, partindo do que sabem e do querem conhecer, e tem dado certo. Como é bom acompanhar um processo de aprendizagem onde descobrimos juntos, podendo presenciar tanto desenvolvimento.Acredito que posso afirmar, que a partir do momento em que me propus a ensinar e aprender junto com meus alunos, desafiando-os a novas descobertas, este seja o momento em que mais vejo resultados de aprendizagens, e então seja o período profissional que mais tenho me realizado.
Eu e o outro

Falarmos da nossa própria pessoa em relação as características físicas e psicológicas é fácil, difícil é citar características que as outras pessoas vêem em nós.
Para chegarmos ao conhecimento do que eu sou para os outros é preciso refletir melhor, analisando as convivências que estabeleço.
Quando somos motivados a relatar como é o outro, vamos percebendo que temos muitas coisas em comum e agimos ou somos assim porque algo de semelhante existe entre as pessoas, seja pela herança genética ou pela cultura que estão envolvidos.
Somos seres diferentes mas que possuem relações de convivências, sejam elas boas ou não. Muitas vezes julgamos errado, outras somos apontados pelo que não somos. As diferenças existem e precisam ser discutidas, com o cuidado de não apontá-las a ponto de cada vez mais separar um povo ou outro da sociedade.
A inclusão escolar

Segundo consta na Constituição Federal de 1988, “a educação é direito de todos”, portanto a inclusão de alunos especiais se faz também obrigatória, uma vez que a educação é direito da população.
Entretanto, ainda estamos num debate muito importante sobre a inclusão escolar, sendo algo ainda novo e que tanto nos amedronta. Ao mesmo tempo em que estamos preocupados com a inclusão escolar, percebemos a falta de formação para os professores receberem alunos especiais e possibilitar uma educação de qualidade, com aprendizagens significativas.
Os professores são fundamentais neste processo, mas precisam de formação específica, de apoio financeiro para as instituições de ensino, para assim cumprir com seus deveres.
Quando os alunos são encaminhados as escolas especiais, muitas vezes perdem a convivência comunitária, e até mesmo a família se sente excluída.
Hoje percebo que na escola em que trabalho, poderia ter sido diferente se tivéssemos continuado recebendo alunos especiais e então nos aperfeiçoado neste processo de ensino-aprendizagem, ao invés de encaminhá-los a escola de educação especial, sem manter nenhum vínculo a mais com eles.
No lugar dos muros que se foi construindo nas escolas regulares entre as escolas especiais, foi-se distanciando dos problemas a serem enfrentados, pudéssemos derrubá-los e construir tendas, para assim tornar possível uma educação com maior equilíbrio, e uma sociedade onde as diferenças fossem respeitadas.
Projetos de Aprendizagem

Falar em projetos de aprendizagem nos dias de hoje exige uma nova concepção de pesquisa, uma vez que o conhecimento não vem pronto, mas deve ser entendido como algo inacabado, sempre em processo de construção e reconstrução.
Conhecendo e participando de um processo de elaboração de um projeto de aprendizagem tive a oportunidade de visualizar uma nova maneira de buscar conhecimento. Saímos daquela pesquisa que estávamos acostumados, onde temos perguntas e respostas prontas, que abrangem apenas uma necessidade do momento, e que mesmo parecendo mais fácil, não é tão interessante quanto a busca do que realmente queremos saber.
Analisando outros projetos das colegas, observei a qualidade do desenvolvimento da pesquisa, pois abrange vários aspectos importantes que vai além da curiosidade e da pergunta central sem desviar do assunto e do tema.
Outro aspecto importante do PA é a construção do mapa conceitual que auxilia e que permite irmos além daquilo que já conhecemos, e ainda com o propósito de observar que caminhos estamos percorrendo, o que já conhecemos e o que queremos buscar.